Se tem uma lição preciosa que a pandemia da Covid-19 nos ensinou foi a pensar em soluções mais criativas para situações que antes executávamos no piloto automático. Um lindo exemplo foi a ação de experiência sensorial que realizamos para a Mozzi Design, uma galeria de móveis autorais e brasileiros, localizada em Cascavel (PR). Toda a curadoria é feita pela arquiteta Ana Paula Ferreira (dona de um bom gosto impecável!).
Nosso desafio era apresentar a Mozzi para o público de arquitetos e designers da nossa cidade. Simples, né? Em circunstâncias normais, sim. Planejaríamos um evento para um estratégico grupo de convidados, com várias experiências legais e um cardápio gostoso e, pronto, a missão estaria cumprida!
Só que tinha um intruso muito mal-intencionado se espalhando pela cidade naquela época (leia-se coronavírus), que nos impedia de promover qualquer mínima aglomeração de pessoas.
E aí, o que fazer? Como transformar em algo “virtual” a experiência que os convidados teriam dentro do espaço, podendo tocar as peças, sentir as texturas e perceber toda a essência da marca através de cada detalhe do ambiente e da conversa com os envolvidos?
Foi então que tivemos a ideia de criar algo que pudesse, mesmo que sutilmente, envolver a maior parte dos cinco sentidos deles, promovendo uma experiência sensorial.
Como foi feita a ação de experiência sensorial?
Pensamos primeiro em enviar para eles um produto da Mozzi. Só que estamos falando de móveis de design, autorais e que possuem um alto valor agregado, o que inviabilizaria financeiramente a ação. Foi aí que a própria Ana sugeriu a miniatura de alguma peça, mas não uma peça qualquer: um mini banco Mocho, criado por Sergio Rodrigues em 1954 e que se tornou um ícone do design brasileiro.
Ok, a miniatura resolvia o sentido do tato. Para o olfato, enviaríamos junto um frasquinho com a essência desenvolvida especialmente para a marca. A visão seria contemplada com a beleza de todo o kit, mas faltava ainda a audição. Queríamos muito que a voz da Ana explicando o que era a Mozzi pudesse ser ouvida. E aí usamos a tecnologia a nossa favor: gravamos um áudio e imprimimos um QR Code que dava acesso a ele.
A intenção era que, ao abrir a caixinha, o arquiteto tivesse realmente todos os sentidos aguçados ao mesmo tempo: enquanto ele sentisse o cheiro, visse e tocasse a miniatura, também estaria ouvindo toda a história por trás da marca e daquela peça em especial.
O que esperar de uma ação de experiência sensorial?
Principalmente, que as pessoas sintam o impacto que queremos causar. Esta foi uma ação linda e que representa bem uma das principais características da Mozzi: um olhar afetivo e cuidadoso para os detalhes.
Na semana em que os kits foram entregues, mais de 15 arquitetos publicaram em suas redes sociais sobre a galeria, gerando um buzz de mais de 40 marcações que atraíram centenas de seguidores qualificados (ou seja, pessoas com real interesse em móveis de design e potenciais clientes).
A grande sacada das ações de experiência sensorial não é serem mirabolantes ou super diferentes, mas sim causarem o impacto certo no seu público.
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